quinta-feira, 13 de fevereiro de 2014

Ludoterapia

Qual profissional nunca escultou de alguns pais:

 " Meu filho não faz nada na terapia, apenas brinca.."

" Não pago uma fortuna para ele brincar, para fazer isso deixo ele em casa !.."

A partir da fala de alguns pais, vimos por meio deste Post, esclarecer a respeito da Ludoterapia.

Posicionamento este que cada profissional deve ter perante os responsáveis pela criança, informando todo procedimento que está sendo realizado e o mais importante o porque deste procedimento.

O que realmente é o brincar da criança durante a sessão? Qual os benefícios? O porque do brincar? 

A Ludoterapia é um ramo da psicologia, hoje também utilizada por psicopedagogos e arteterapeutas. 

Ludoterapia é o nome científico da Terapia através do brincar. É uma técnica não verbal, onde predomina a espontaneidade, a liberdade expressiva, o jogo e o prazer de brincar, se encontrando dentro das Psicoterapias Expressivas.

A Ludoterapia é uma técnica psicoterápica de abordagem infantil que baseia-se no fato de brincar é um meio natural de autoexpressão da criança.É um método de diagnóstico e terapia infantil que nasceu dos princípios da Psicanálise freudiana. Apesar de Freud não ter articulado uma teoria sistemática acerca do brincar, considerava a natureza simbólica da atividade lúdica uma função do Eu infantil para se organizar. 
Segundo Freud, as crianças representam nos jogos os acontecimentos ou as situações que as impressionam ou as influenciam, tentando projetar os seus próprios sentimentos, suas emoções e angústias. No brincar, a criança representa a sua vida interna tentando dominar a ansiedade resultante do conflito entre impulsos e exigências do Superego e da realidade externa. O brincar segue o princípio do prazer, mas tem uma função na conquista do princípio de realidade.

A esse método, Melanie Klein (1932) deu o nome de playtechnique, ou técnica de brinquedo, ou ainda ludoterapia. Klein considerava que os brinquedos eram essenciais para o sucesso da terapia e que o brincar é uma via régia para o inconsciente. Segundo Klein, os materiais deveriam ser pequenos e os mais neutros possível, para que a criança pudesse projetar situações, experiências e fantasias diferentes.

Na teoria psicanalista, cada criança tem a sua caixa com os seus brinquedos, pois seus autores acreditam que a caixa lúdica contém o inconsciente do cliente. Esta técnica foi desenvolvida por outros psicanalistas da Escola de Londres, como D. W. Winnicott, e adotada no todo ou em parte por psicoterapeutas de outras correntes.

Durante as sessões de ludoterapia, é dada a oportunidade de a criança libertar os seus sentimentos e problemas por meio da brincadeira. É igual à terapia dos adultos, na qual eles resolvem os problemas por meio da fala. Só que na ludoterapia a criança tem o brinquedo e a brincadeira para exprimir os seus sentimentos. A Ludoterapia pode ser feita individualmente ou em grupo.

Os jogos e as brincadeiras permitem que a criança libere a tensão, frustração, insegurança e até mesmo a agressividade, o medo e a confusão, tudo isso sem que a criança se dê conta de que tem todos esses sentimentos guardados. A ludoterapia é uma poderosa terapia para que a criança aprenda a se expressar.

A análise infantil funda-se no princípio da catarse, uma vez que tenta explorar o mundo de sentimentos e impulsos inconscientes (os "fantasmas" infantis) como origem afetiva de todas as ações e reações observadas nos pequenos pacientes.

Na sessão, a criança é livre para brincar do modo que desejar, estruturando sua forma de brincar de maneira organizada, com uma sequencia lógica ou não, podendo brincar de forma rígida ou sem afetividade. É justamente na forma como o indivíduo brinca que o terapeuta deve se focar, analisar, mediar e intervir.

Os benefícios são a autodescoberta, a autoaceitação, a elevação da autoestima, o entendimento de que a responsabilidade pelas escolhas é do cliente e pelas consequências dessas escolhas também, possibilitando a evolução e o desenvolvimento, saindo da condição de vítima para a condição de autor de sua própria história.

A família também é auxiliada por esse processo, evoluindo junto com o cliente.


trecho da entrevista: Ludoterapia o brincar terapêutico. revista psique ciência & vida . ANO VII - nº 97.

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